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O sol nasce pra todos

As pessoas de uma determinada comunidade tinham o costume de preparar uma área de terra correspondente a meio hectare para o cultivo de lavoura, como mandioca, macaxeira, milho, feijão, entre outras coisas. Já era uma tradição local, pois assim que começavam as chuvas que ocorriam no período de março a agosto, os moradores daquela comunidade cuidavam dos seus roçados (locais de plantio), enchendo-os com uma enorme variedade de plantas. Mas havia no lugar um homem que nunca se atrevia a fazer um roçado e, de longe, apenas via as plantações dos seus vizinhos. Os moradores da comunidade o convidavam para que também preparasse a terra para o cultivo da lavoura, mas ele recusava, dizendo: "Vocês pegam as melhores terras, têm dinheiro para gastar no caso de ocorrer prejuízo e têm uma grande freguesia que compra suas colheitas." Ele sempre usava esses argumentos, além de dizer que, em comparação aos demais, iria colher pouco ou simplesmente nada. Um ano após ter recebido o últim...

Júlio, o rapaz desconfiado

Júlio era muito calmo e calado, desconfiando de tudo e de todos. Ele trabalhava em um jornal, do qual recebia o suficiente para se manter. As pessoas que conviviam com ele nada sabiam sobre sua vida, mas mesmo assim, acostumaram-se com aquele vizinho tão solitário. Todos comentavam que ele era do interior, o décimo filho de uma família pobre, que ao ser perseguido, fugiu de sua cidade. O motivo seria pelo fato de o rapaz ter iniciado um namoro com a filha de um coronel que não aceitava o relacionamento. Um outro comentário seria pelo fato de que ele teria praticado algo de errado e que por isso estava fugindo; isso explicaria seu comportamento de desconfiança. Após três anos, Júlio, como era conhecido, começava a fazer amizades no bairro e no trabalho. De vez em quando, falava sobre o que sentia e o que acontecia no seu cotidiano e sobre sua família. Por ser desconfiado, ele insistia em viver na solidão; um mundo solitário em que personificava um sentimento de tristeza e um elo com...

Meu mundo

Eu idealizo um mundo de felicidade Onde a dor do desamor passa por longe Viajo em um barco de vitalidade Vejo o amor em meu horizonte. Eu não sei o que é dor de amor Muito menos solidão vivida Acalento minha alma de calor Iluminando minha esplendorosa vida. Eu sonho com um prazer satisfatório Vivo para amar, amo para viver A esperança, em minha vida, faz morada Que na alma, alimenta-me a fé de ser. Ao retornar de uma realidade absoluta Por meio dos ouvidos, o coração escuta Uma idealização quase enganosa Existente em uma realidade fantasiosa. Me perco neste mundo, pois é minha saída Escondo-me da dor, solidão e da vida Alertam-me! Que é impossível vencer os obstáculos Tentando fugir das responsabilidades.

O rapaz e a felicidade

Perto de uma determinada estrada, localizava-se uma casinha simples, com paredes feitas de varas e barro, cobertura de palhas de coqueiro e portas frágeis e singelas. Em seu quintal, havia uma plantação com árvores frutíferas, onde os pássaros, com cânticos melódicos, deixavam o amanhecer poético. Apesar de tanta humildade, a casinha era habitada por uma sensação harmônica, como quem é feliz com a felicidade de quem se ama na incondicionalidade. Fonte de felicidade, era como o rapaz a considerava. Ele cuidava de um belo jardim para que a casinha ficasse enfeitada e perfumada. Ao amanhecer, pegava seu material de trabalho e ia para o roçado (lugar onde plantava sua lavoura), mas antes cuidava do jardim e agradecia a Deus por sua simples moradia em sinal de gratidão. O jovem saía de casa todo feliz, e quando ele achava que estava no cume da felicidade, ficava ainda mais feliz, como se fosse possível medir a sua intensidade. Havia, porém, uma explicação: além da esplendorosa paisagem ...

Amar

Muitos dizem amar, mas o que é amar? Amar! É ver no outro a imagem personificada da própria alma, sendo vivenciada no mais elevado esplendor. É a sensação de ser feliz com a felicidade do outro, o prazer de estar bem com quem nos alegra a alma e é fonte e fortaleza onde se encontra o preenchimento para almas solitárias. Amar é sublime! É a ação do amor que promove a consciência de aceitar o que não se pode mudar; perdoar o que é ofensivo e que não ofende; conceder para harmonizar; servir para a busca da perfeição e promover a alegria para ser feliz.

O Filho | Manhã de Domingo

O acontecimento deixou o rapaz muito emocionado. Ele não se continha de felicidade, mesmo amando os pais adotivos. A esperança de encontrar os pais biológicos batia a cada amanhecer em seu coração. Chorando, começou a falar da sua infância repleta de felicidade, mas, ao mesmo tempo, de um vazio que castigava a alma. Mesmo diante de tal realidade, nunca deixou de sonhar, de lutar e de procurar os pais. Aos 17 anos de idade, estava sentado em um banco de praça, falando silenciosamente em oração fervorosa. Em determinado momento, apareceu uma bela jovem, cujo encanto se comparava à beleza do amor. Ele, encantado com tanta beleza, começou a observar a formosura da moça, que não percebeu o admirador. Muito tempo depois, estava o rapaz na fila de um banco quando a jovem se aproximou e perguntou-lhe as horas. Já tinham se passado três anos desde a primeira vez que ele a tinha visto. O jovem, com os olhos radiantes de alegria, respondeu com emoção. Ela olhou nos olhos dele e percebeu ...

Manhã de Domingo

Aquela era uma bela manhã de domingo em que ambos acordaram com um belo sorriso nos rostos, declamando o amor um ao outro. A beleza do dia iluminado, o café levado na cama e a vida. Era como faziam aos domingos: ele ia rezar na capela construída em frente à sua casa; ela ia para o banho e, consequentemente, retocava a beleza com aqueles trajes que deixavam seu amado radiante perante tanta formosura. O casal cumpria à risca o que era planejado, celebrando a riqueza da união e da beleza harmônica da existência. Era costume do casal, ao chegar naquela pracinha, onde havia um belo e esplendoroso lago, que ele descia do carro e lentamente abria a porta para que sua amada brilhasse em encanto, enchendo-lhe o coração de felicidade. Quando tudo parecia estar na monotonia do planejado, algo surpreendente tocou-lhe o coração: outro casal, com olhares de curiosidade, se aproximava e, em seguida, começavam a conversar. Num determinado momento, uma atitude daquele casal chamou a atenção dos ...